O que é fibromialgia ?
A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta, principalmente , com dor no corpo todo. Muitas vezes fica difícil definir se a dor é nos músculos ou nas articulações.
Os pacientes costumam dizer que não há nenhum lugar do corpo que não doa. Junto com a dor, surgem sintomas como:
- Fadiga (cansaço)
- Sono não reparador (a pessoa acorda cansada, com a sensação de que não dormiu)
- Problemas de memória e concentração;
- Ansiedade;
- Formigamentos/dormências;
- Depressão;
- Dores de cabeça, tontura;
- Alterações intestinais, dentre outros.
Uma das características da pessoa com Fibromialgia é a grande sensibilidade ao toque e à compressão (apertar) alguns pontos no corpo.
Em resumo, a principal característica da fibromialgia são dores musculares crônicas associado a variados sintomas, e por esse motivo pode ser confundida com diversas outras doenças reumáticas e não reumáticas, principalmente quando é relacionado a dores difusas e fadiga crônica.
A origem do nome
A denominação fibromialgia, palavra derivada do latim fibro (tecido fibroso, presente em ligamentos, tendões e fáscias), e do grego mio (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição).
Qual a causa da fibromialgia?
Não existe uma causa definida, mas há alguns indicativos e estudos que apontam algumas situações que são mais presentes nos pacientes com fibromialgia.
A pessoa com fibromialgia tem uma sensibilidade maior a dor, ou seja, o cérebro das pessoas com fibromialgia interpreta de forma exagera os estímulos, ativando de maneira precoce os mecanismos de defesa do organismo e faz parecer que a dor é maior do que de fato ela é realmente.
Outra linha de estudos é que a fibromialgia pode estar presente em pessoas que sofreram trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O sistema nervoso interpreta que o trauma ou ameça ainda não foram solucionados e mantém o sistema de alarme e de defesa do organismo ativado praticamente o tempo todo.
O motivo mais comum é uma dor crônica em um determinado local do corpo, por exemplo, dores crônicas (dores antigas) na coluna e que ao longo do tempo vão irradiando e indo para todo o corpo.
Quem grupo de pessoas é mais afetadas pela fibromialgia?
Essa síndrome afeta mais mulheres do que homens e costuma aparecer entre os 30 e 55 anos. Porém existem estudos que já detectaram casos em pessoas mais jovens (crianças e adolescentes) e também em idosos.
Por que algumas pessoas não acreditam na fibromialgia?
Porque é uma doença que não existe uma lesão direta nos tecidos, não há inflamação ou degeneração, ou seja, não é algo que seja visível aos exames.
Estudos modernos apontam que a fibromialgia é causada por uma amplificação dos impulsos dolorosos ou seja, um aumento da sensibilidade a dor.
Como é algo intimamente relacionado a sensibilidade da pessoa é muito difícil detectar isso nos exames e por isso não há como provar que a pessoa está sentindo dor crônica.
Para muitas pessoas é um pesadelo, porque a PESSOA ESTÁ SENTINDO DOR E NÃO CONSEGUE PROVAR PARA AS OUTRAS PESSOAS O QUE ESTÁ SENTINDO. Para muitos é como se você estivesse "inventando" uma dor ou um problema e como se não quisesse se tratar.
O fato é que: A DOR É REAL, NÃO É COISA DA SUA CABEÇA!
Muitos pacientes se sentem intimidados por familiares e amigos dizendo que "isso não é nada, você não está doente", "como pode doer tanto se você usa tanto remédio", "nossa, até hoje você sente dor? Você reclama disso há anos", isso e coisas muito piores.
A pessoa começa a duvidar do que está sentindo e deixa de procurar ajuda ou interrompe os tratamentos pois não acredita que possa melhorar, pois é uma doença que NÃO TEM CURA!
Mesmo não sabendo a causa exata, sabemos que algumas situações provocam piora das dores, alguns exemplos são: excesso de esforço físico, estresse emocional, alguma infecção (não tratada), exposição ao frio, sono ruim ou trauma.
Por que se fala tanto em depressão quando se toca no assunto fibromialgia?
Tanto a ansiedade como a depressão influenciam negativamente a pessoa portadora de Fibromialgia.
Em 50% das pessoas com fibromialgia é possível que a pessoa desenvolva quadros de depressão, ansiedade ou as duas coisas ao mesmo tempo.
Cabe ressaltar que são duas situações diferentes e que não é porque a pessoa tenha depressão ela obrigatoriamente vá desenvolver a fibromialgia e vice-versa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de fibromialgia é essencialmente CLÍNICO. O médico durante a consulta faz algumas perguntas e testes e vai abordar questões sobre:
- Dor generalizada e crônica (dor com duração superior há 3 meses);
- Sensação de cansaço ou fadiga;
- Questões relacionadas a ansiedade, depressão e outras questões emocionais;
- Verificar se há alterações intestinais ou urinárias;
- Dores de cabeça frequentes, entre outros aspectos;
Após isso, o médico pode fazer um exame FÍSICO, apertando alguns pontos do corpo, são 18 no total (estão na imagem abaixo). Esses pontos foram elaborados por um comitê do Colégio Americano de Reumatologia que é especializado nesse tipo de estudos
O médico pode ainda solicitar alguns exames para verificar ou descartar a existência de outras doenças.
Existe cura para a Fibromialgia?
A fibromialgia é uma condição CRÔNICA, que pode durar muito tempo e não existe uma cura definitiva. CONTUDO, muitas pessoas podem melhorar do quadro de dores e podem ser elaboradas estratégias para reduzir ao máximo o impacto das dores no corpo através de vários tipos de tratamento.
O tratamento da fibromialgia DEPENDE MUITO DO PACIENTE, os profissionais da saúde como médicos, fisioterapeutas, psicólogos, osteopatas, nutricionistas, educadores físicos e afins podem AJUDAR MUITO, mas é necessário que o paciente siga as instruções e faça mudanças na sua rotina para minimizar ao máximo o impacto dessa síndrome.
Muitos dos pacientes passam por anos sem ter crises de dor, mas isso está ligado a uma série de fatores que incluem:
- Atividade física regular;
- Manipulações no corpo (osteopatia, fisioterapia, etc);
- Acupuntura:
- Consultas ao psicólogo/psiquiatra;
- Mudanças nos hábitos alimentares;
- Compreensão da família sobre a doença;
- Dentre outros (a avaliação é individual e as demandas e tratamentos também são específicos para cada caso)
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